sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

As Flechas da Coragem

Dezembro está chegando ao fim e ainda não falei nada sobre Sagitário. Na verdade, apesar de o período do signo desta constelação já ter acabado, o Sol, que entrou nela dia 18 de dezembro, ficará na sua casa até o próximo dia 18.
O desenho do Sagitário no céu representa um centauro atirando um flecha, estando esta voltada para Antares, o coração do Escorpião. De acordo com os mitos gregos, este centauro era Quíron, o imortal mestre de heróis, entre eles os Argonautas. Mesmo assim, outras versões atribuem a figura ao sátiro Crotus, filho do deus Pã.
A constelação de Sagitário pode ser melhor observada no céu noturno nos meses de agosto e setembro. Uma das formas de visualizá-la é procurar pela figura de um bule de chá, seu principal asterismo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Viagens de Sonhador

Fui à ilha dos amores
Lá aprendi uma canção
Sobre terras sem senhores
Com gente de puro coração

Conheci a mais bela amante

E a flecha que por Dafne fez sofrer Apolo
Atingiu-me por mais de um instante
O amor fez-me voar, arrancou-me do solo

À noite, contemplei o luar

Vi nas estrelas esferas flamejantes
Finalmente pus-me a sonhar
Dormindo, era o mais sortudo dos viajantes

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Estreitas janelas para um jardim gigantesco

Através da luz que nossos olhos captam, podemos formar uma imagem do mundo visível, conhecendo a cor e o brilho dos objetos. Muitas vezes não nos damos conta, porém, que esta imagem está muito mais relacionada ao nosso cérebro do que à realidade propriamente dita.

Em primeiro lugar, nosso sistema nervoso desenvolveu mecanismos para corrigir as imprecisões de nosso sistema visual. A imagem captada por cada um dos olhos, por exemplo, é invertida, bidimensional e com um ponto cego. É o cérebro o responsável por formar uma imagem direita, completa e 3D. Quando existe algo que os olhos não conseguem discernir de forma perfeita, o córtex cerebral dá um jeito de preencher o vácuo. Aí está a explicação para a maioria das ilusões de óptica.

Existe, porém, outro ponto, talvez mais relevante: só somos capazes de enxergar uma pequena porção da luz existente na natureza. Isto porque a luz consiste numa onda eletromagnética, e, portanto, possui frequência. Os diferentes valores de frequência das ondas eletromagnéticas formam o espectro eletromagnético, sendo a pequena a faixa de valores para a luz visível, os quais determinam sua cor. Em ordem crescente de frequência, temos: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. São as sete cores discerníveis em um arco-íris ou na refração de um prisma, originadas da decomposição da luz branca.

Sendo a maior parte do espectro eletromagnético invisível, o que vemos é uma imagem muito limitada da realidade. O biólogo britânico Richard Dawkins chama isso de “a maior de todas as burcas”, de extensão quilométrica e uma fenda ínfima para os olhos. Segundo ele, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia tem sido fundamental para alargar essa fenda, nos permitindo captar radiações fora da faixa visível. Um exemplo são os radiotelescópios, os quais nos permitem “enxergar” através de nuvens de gás interestelar. Os telescópios, porém, talvez sejam assuntos de outra postagem...