O que são as estrelas? Desde os tempos antigos, o ser humano desenvolveu diversas formas de interpretar estes pontos brilhantes distribuídos no céu noturno. Foram agrupadas em constelações, relacionadas a mitologias, encaixadas em modelos cosmológicos, observadas por telescópios e fisicamente analisadas.
Em tempos mais modernos, a Astrofísica nos permitiu saber que as estrelas são esferas incandescentes gigantes, as quais, por estarem a grandes distâncias, parecem pontinhos brilhantes de luz. E nos mostrou que orbitamos em torno de uma, o Sol. Este serviu de modelo, aliás, no estudo de outras estrelas.
Mas aí vem a pergunta: como conhecer a natureza daquilo que está distante e não podemos tocar? Analisando a sua luz, as suas ondas eletromagnética. Ao estudarem o espectro da radiação captada de uma estrela e fazerem comparações com outros corpos celestes, os astrofísicos tornaram-se capazes de conhecerem temperatura, massa, tamanho, entre outras características. Descobriram relações entre as idades, as massas e os tipos de estrelas, daí partindo para desvendar seus ciclos de vida, do “nascimento” até a “morte”.
As nebulosas, nuvens de gás gigantes, constituídas em maior parte por hidrogênio, são os grande berçários estelares. Por meio da ação gravitocional, as partículas do gás vão gradualmente se juntando, formando uma proto-estrela. Se a massa desta é maior do que um valor mínimo, começam a ocorrer reações nucleares de hidrogênio em seu núcleo, a fonte de sua energia, e esta se torna uma estrela.
Dependendo de sua massa, a nova estrela terá um destino diferenciado. Se for pouco massiva, “viverá” dezenas de bilhões de anos e continuará queimando hidrogênio até se apagar. É o que chamamos de anã-vermelha. Se tiver a massa maior que um certo limite, porém, viverá menos, mas de forma mais complexa. Primeiramente, terá uma coloração amarela ou azul, enquanto queima o hidrogênio de seu núcleo, assim como faz nosso Sol hoje. Quando o combustível nuclear acabar, porém, a estrela passará a utilizar o hélio, produto da fusão do hidrogênio, para gerar energia. Nesta transição, suas camadas externas se expandirão e sua superfície se tornará avermelhada. Dessa forma, ela entrará na fase de gigante vermelha.
Antares, uma gigante vermelha
As gigantes vermelhas menos massivas só “vivem” até esgotar o hélio de seu núcleo, quando começam a liberar suas camadas externas, geralmente formando nebulosas. O núcleo remanescente da estrela, chamado de anã-branca, continua emitindo radiação por um certo tempo. As de maiores massas, porém, têm um destino bem mais explosivo. Elas continuam realizando a fusão nuclear de elementos cada vez mais pesados até chegar no ferro. Quando tentam realizar a fusão deste, acabam gastando energia e não ganhando, gerando um desequílibrio na estrela. Isto culminará em um violento colapso, conhecido como supernova. Nesta explosão, os elementos presentes na estrela sofrem reações especiais, resultando na enorme variedade de elementos químicos que formarão outros corpos celestes posteriormente, dentre eles os planetas. Daí podermos dizer: somos “poeira da estrelas”.
Mesmo após explodir em uma supernova, ainda resta o núcleo da estrela, o qual se torna incrivelmente denso. Para este, há dois caminhos. Um deles, tornar-se uma estrela de nêutrons, ou pulsar, na qual a gravidade é fortíssima, ao ponto de, nos átomos de seu centro, os elétrons se unirem aos prótons, formando nêutrons. O outro caminho mais extremo ocorre quando a massa do núcleo remanescente é muito mais elevada. Neste caso, a gravidade é tão elevada que nem a luz capaz de escapar deste novo corpo celeste, o famoso buraco negro, no qual as leis da Relatividade chegam ao seu ponto extremo. Num futuro muitíssimo distante, eles dominarão um Universo cujo o brilho das estrelas estará totalmente apagado.