sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

As Flechas da Coragem

Dezembro está chegando ao fim e ainda não falei nada sobre Sagitário. Na verdade, apesar de o período do signo desta constelação já ter acabado, o Sol, que entrou nela dia 18 de dezembro, ficará na sua casa até o próximo dia 18.
O desenho do Sagitário no céu representa um centauro atirando um flecha, estando esta voltada para Antares, o coração do Escorpião. De acordo com os mitos gregos, este centauro era Quíron, o imortal mestre de heróis, entre eles os Argonautas. Mesmo assim, outras versões atribuem a figura ao sátiro Crotus, filho do deus Pã.
A constelação de Sagitário pode ser melhor observada no céu noturno nos meses de agosto e setembro. Uma das formas de visualizá-la é procurar pela figura de um bule de chá, seu principal asterismo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Viagens de Sonhador

Fui à ilha dos amores
Lá aprendi uma canção
Sobre terras sem senhores
Com gente de puro coração

Conheci a mais bela amante

E a flecha que por Dafne fez sofrer Apolo
Atingiu-me por mais de um instante
O amor fez-me voar, arrancou-me do solo

À noite, contemplei o luar

Vi nas estrelas esferas flamejantes
Finalmente pus-me a sonhar
Dormindo, era o mais sortudo dos viajantes

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Estreitas janelas para um jardim gigantesco

Através da luz que nossos olhos captam, podemos formar uma imagem do mundo visível, conhecendo a cor e o brilho dos objetos. Muitas vezes não nos damos conta, porém, que esta imagem está muito mais relacionada ao nosso cérebro do que à realidade propriamente dita.

Em primeiro lugar, nosso sistema nervoso desenvolveu mecanismos para corrigir as imprecisões de nosso sistema visual. A imagem captada por cada um dos olhos, por exemplo, é invertida, bidimensional e com um ponto cego. É o cérebro o responsável por formar uma imagem direita, completa e 3D. Quando existe algo que os olhos não conseguem discernir de forma perfeita, o córtex cerebral dá um jeito de preencher o vácuo. Aí está a explicação para a maioria das ilusões de óptica.

Existe, porém, outro ponto, talvez mais relevante: só somos capazes de enxergar uma pequena porção da luz existente na natureza. Isto porque a luz consiste numa onda eletromagnética, e, portanto, possui frequência. Os diferentes valores de frequência das ondas eletromagnéticas formam o espectro eletromagnético, sendo a pequena a faixa de valores para a luz visível, os quais determinam sua cor. Em ordem crescente de frequência, temos: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. São as sete cores discerníveis em um arco-íris ou na refração de um prisma, originadas da decomposição da luz branca.

Sendo a maior parte do espectro eletromagnético invisível, o que vemos é uma imagem muito limitada da realidade. O biólogo britânico Richard Dawkins chama isso de “a maior de todas as burcas”, de extensão quilométrica e uma fenda ínfima para os olhos. Segundo ele, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia tem sido fundamental para alargar essa fenda, nos permitindo captar radiações fora da faixa visível. Um exemplo são os radiotelescópios, os quais nos permitem “enxergar” através de nuvens de gás interestelar. Os telescópios, porém, talvez sejam assuntos de outra postagem...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Riqueza Celeste dos Cinco Sentidos

Abro os olhos, mas não vejo sua face
Dentro de meu peito o sentimento por você renasce
Você está em tudo que penso
Você me deixa completamente tenso.

Estou perto, posso sentir seu perfume de rosas
Meu coração está impregnado dessas flores venenosas
Quero me aproximar, tocar sua pele suave
Preciso lhe abraçar, envolver-me em seu corpo sem entrave.
Você me priva dos cinco sentidos
Você é um sonho jamais vivido.

A sua voz ressoa em mim tão mágica
Parece a alegre melodia de uma história trágica
Visão, olfato, tato e audição podem não importar
Porque em você falta-me usar o paladar
E só terei realizado meu desejo
Quando souber o gosto do seu beijo.

Menina Poderosa

Náiade que seduz os nadadores,
Bela dríade dos bosques amazônicos,
Só tu és digna dos meus amores,
Sábia deusa dos templos jônicos.

A cor dos teus olhos me ilumina
E nessa luz ficas mais formosa.
Nem imaginas o quanto me dominas
Com esse teu jeito de menina poderosa.

Queria que aceitasses o meu amor,
Poder estar perto para te dar meu calor
Não mereço continuar sentindo esta dor.

No silêncio só escuto tua voz
Mesmo com a enorme distância entre nós
Pois em pensamento estamos a sós.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Agulha Escalarte

Se em uma noite qualquer dessas, a atmosfera estiver sendo amigável e a luz das estrelas não estiver sendo bloqueada por massas de ar não tão amigáveis, procure olhar o céu em busca de algum desenho característico perto do Equador. Dependendo do horário do dia e da época do ano, você, com um pouco de atenção, conseguirá enxergar um desses dois desenhos: ou um trio de estrelas bem juntinhas (as famosas três marias) cercadas por um quadrilátero, ou uma espécie de gancho com uma estrela bem brilhante e vermelha numa das "pontas". O primeiro faz parte da constelação de Órion, um guerreiro mitológico, e o segundo, bem mais distinto, compõe a constelação de Escorpião.Essas duas constelações, aliás, têm uma história em comum na mitologia grega. Órion era um caçador muito hábil e seus talentos ameaçavam a autoridade de Ártemis, a deusa da caça. Esta, temendo que o guerreiro esgotasse as caças, mandou um escorpião para matá-lo, o qual o atingiu com seu poderoso ferrão venenoso. Esta perseguição foi representada no céu, e é por isso que quando escorpião nasce no horizonte, Órion se põe e vice-versa.
Muitos outros mitos estiveram associados à constelação de Escorpião durante a Antiguidade, a maioria relacionando a maus agouros. Isto talvez porque esta constelação está no hemisfério sul, e portanto a presença do Sol nesta marca o inverno no hemisfério norte, no qual estavam muitas das culturas antigas clássicas.

Para alguns povos do hemisfério sul, a constelação tinha um papel mais positivo, além de outras denominações. Os maoris a tomavam por um anzol responsável por "pescar" o mundo. Já os australianos e alguns sul-americanos preferiam a representação de uma ema.

A constelação de Escorpião é mais visível para nós no céu noturno durante os meses de julho e agosto. O sol entrou nesta constelação no dia 22 de novembro e permanece nesta por uma semana, até que entra em Ofiúco, a qual acabou sendo cortada pela Eclíptica, mas não aparece entre os doze signos.

Homenagem a Milo, cavaleiro de Escorpião da série Saint Seiya

domingo, 31 de outubro de 2010

Libra: um equilíbrio astronômico

Libra é a caçulinha de nossas costelações do zodíaco. Ainda na antiguidade, provavelmente entre os romanos, ela surgiu retirando-se as garras que existiam na constelação de Escorpião na Grécia antiga para formar o desenho de uma balança (Se você conseguir enxergar essa balança é porque tem uma imaginação muito boa mesmo). Essa origem aparece no nome de suas principais estrelas, cujos significados são:
Zubenelgenubi - garra que está ao sul
Zubenelschamali - garra que está
ao norte
Zubenelhakrabi e Zubenelhakribi - garras do escorpiãoPode parecer meio incoerente ter
transformado parte do Escorpião numa balança, mas existe uma importante simbologia nisto. Durante a Antiguidade um dos equinócios (o de setembro) ocorria quando o Sol estava sobre aquela constelação (por isso o ponto em que ocorre é chamado de ponto de libra). E o equinócio é exatamente o momento em que os dois hemisférios são igualmente iluminados, sendo assim representado pelo equilíbrio lembrado pela balança de Libra.Na maior parte do Brasil, a constelação de Libra pode ser melhor vista no céu noturno entre os meses de maio e agosto. O Sol fica cerca de 23 dias (31/10 - 22/11) na região da constelação de Libra, sendo por isso esta época próxima à que se relaciona com seu signo.

Uma homenagem ao Dohko, o cavaleiro de Libra na Série Saint Seiya

PotterDay

Dia da Bruxas acabando e eu não podia deixar de postar uma coisa dessas.
Então aí vai o link do trailer de Harry Potter e as Relíquias da Morte
http://www.youtube.com/watch?v=_EC2tmFVNNE
Promete ser o melhor dos filmes... Tomara
Viva o HP

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Horizonte de estrelas

Há tempos que eu não posto nada novo, principalmente algo relacionado à ciência. É que textos científicos gastam um pouquinho de meu tempo escrevendo e buscando fontes e ultimamente tenho estado muito ocupado com essa vida de convênio. Estou correndo atrás, porém de novas fontes de conhecimento, algumas delas referentes a um curso de astronomia que estou realizando, organizado pelo CCD-OBA (www.ccd-oba.blogspot.com).

Deste modo, a minhas próximas procurarão envolver algum assunto astrônomico, começando, porém por tratar da parte de constelações.

Farei então, primeiramente, posts relacionados às constelções mais conhecidas, as da Eclíptica, que correspondem ao zodíaco. Nessa abordagem, contudo, vou-me estender a assuntos não tão científicos, mas que podem ser pelo menos interessantes.

Aguardem, portanto, meu próximo post, que tratará da constelação de Libra (já que estamos em outubro).

Para aqueles que desconheciam o blog antes deste post, peço que leiam os posts mais antigos, tem muita coisa aproveitável neles.

Ah... e visitem meu twitter http://twitter.com/#!/duaymybruno

domingo, 19 de setembro de 2010

Pensamentos Botânicos

As estrelas que vejo no céu
Trazem tua face à minha mente
Teu veneno com sabor de mel
Fez-me dos amores um doente

Menina linda, te comparo a uma flor
De sensuais carpelos e pétalas douradas
Teu néctar e teus espinhos trazem dor
Pois escolheste não brotar a ter sépalas tocadas

Decidi o verde das folhas melhor observar
Por que só admirar a flor, se há tantas delas?
Uma folha pode me dar ar para respirar
Uma folha torna grandes ávores belas

Bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer
A flor que colhi só tinha quatro pétalas
Digam-me dríades deste bosque verde
Suas folhas curam doença de amor?

sábado, 14 de agosto de 2010

Musa Adorável

Todos os poetas têm musas
Que dos corações são intrusas
Não sou poeta, não tenho uma enfim
Pois minha musa é que tem a mim

A esta moça não se comparam
Aquelas por quem pararam
Os corações literários que mais ousaram
Pois mais que as realistas ela é venenosa
E mais que as românticas é formosa

Como Atena ela é inteligente
Um desafio para minha mente
E não seria nenhuma surpresa
Se vier de Afrodite sua beleza

Se existissem anjos e deuses
Ela seria dos anjos a deusa
Menina doce e amável
Tornas minha mente instável
Te amo, Musa Adorável

domingo, 8 de agosto de 2010

Casa Olimpiana

À primeira vista, o Monte Olimpo lembra uma cidade clássica, greco-romana. Na realidade, nenhum dos lugares da Grécia Antiga se comparavam a este recanto dos deuses, cuja arquitetura simbolizava seu poder e perfeição.A luz solar incidindo sobre as colunas e as abóbadas de seus edifícios de mármore branco geram um brilho fascinante nos olhos de um observador. Seus jardins de oliveiras e a música, proveniente das liras e guitarras de Apolo e de sua banda, criam uma atmosfera reconfortante, melhor que qualquer espaço de lazer existente na Terra.
Quem pisa no seu solo verde e dourado logo se depara com ninfas e sátiros, além de deuses e deusas menores servindo-se de néctar e ambrosia, respectivamente, bebida e comida divinas. Caminhando-se até o seu centro, chega-se a uma praça onde ergue-se um imponente palácio dourado, tão brilhante quanto os raios de sol e decorado com as melhores obras de arte em bronze celestial: o conselho divino, local de reunião dos doze olimpianos.Lugar dos sonhos, o Olimpo não pode ser encontrado no mundo natural. Mas quando meu estado de espírito não se contenta com as paisagens ao meu redor, sou levado a imaginar terras mágicas com aventuras épicas. E, entre estas, a mais maravilhosa é a casa dos deuses olímpicos.

sábado, 7 de agosto de 2010

Por quê?

Por que te esperar todos estes dias
Se não irás me trazer novas alegrias?
Por que te amar mais esta semana
Se a minha razão não mais se engana?


Por que te esperar todos estes meses
Se me ignorastes tantas vezes?
Por que te amar mais este ano
Se minha emoção não se recuperou do dano?

Não te pedi que me amasses
Eu não queria um romance
Só te pedi que me beijasses
Eu só queria ter uma chance

A partir daí não te esqueci
De pelo menos um de seus formatos
O teu amor um dia eu mereci
Me ajude, preciso encarar os fatos

sábado, 17 de julho de 2010

Vi uma lua no céu, vi outra lua no mar

Na mitologia grega, Ártemis era a deusa não só da caça como também da Lua. Enquanto isso os sete mares eram governados pelo deus Poseidon. Não são abundantes lendas que envolvam diretamente estes dois deuses, assim como na Antiguidade uma ideia que relacionava os mares e a Lua não foi levada muito a sério. Alguns séculos depois, essa ideia foi melhor e explorada e se revelou um curioso fenômeno físico. Refiro-me às marés. Desde tempos remotos, observou-se que o nível das águas do mar no litoral variava durante o dia, apresentando um nível máximo (maré alta) e o um nível mínimo (maré baixa). Na verdade, isto também pode ser observado nos rios, ou sobre todas as massas líquidas de extensão relevante sobre a superfície do planeta. A cada dia esta variação ocorre duas vezes: uma maré baixa alterna-se com uma alta num período aproximado de seis horas.Alguns observadores da natureza perceberam que durante uma das marés altas do dia a Lua estava alta no céu (quando ela estava visível, é claro) e concluíram que ela era responsável pelo fenômeno. Parecendo absurda, foi esta a ideia a ser explorada na era moderna pela teoria da gravitação. O fato é que as marés são causadas por influências gravitacionais de outros corpos sobre a Terra, tendo a Lua maior peso neste fenômeno, mais até que o Sol. Vamos entender o porquê. O que acontece basicamente é que a força gravitacional exercida sobre determinado corpo depende de sua distância. E o diâmetro da Terra é suficientemente grande em relação à sua distância da Lua para que o efeito gravitacional seja mais forte nos pontos mais próximos ao satélite do que nos mais distantes. Enquanto que para o Sol essa diferença é menor, já que ele está muito distante, mesmo tendo uma massa bem maior que a terrestre e a lunar.

Pois é, essa diferença gravitacional não vai ter tanto efeito na parte sólida do planeta: ela irá se comportar como se toda a força fosse exercida em seu centro. Mas isso não acontece na parte líquida: as águas que estiverem voltadas para a lua serão mais atraídas que esta parte sólida, aumentando o seu nível, resultando em maré alta. As águas da face oposta do planeta acabarão "ficando por inércia", por serem menos atraídas que o restante do planeta, resultando em maré alta também. As regiões intermediárias (que formam ângulos de 90° com a Lua), ficarão então com um nível menor, resultando na maré baixa. Dessa forma, a cada movimento de rotação da Terra, teremos, em um local do planeta, duas marés altas alternadas com duas baixas.
As fases da Lua também influenciam neste efeito. Primeiramente pelo fato de o movimento lunar gerar a cada dia um atraso no "horário das marés". E também por causa do efeito gravitacional solar. Quando a Lua está alinhada com o Sol (fases Nova e Cheia), a diferença entre marés altas e baixas é máxima, devido aos dois astros "somarem" seus efeitos. Quando ela está em quadratura com o Sol (Quartos Crescente e Minguante), este passa a agir nas regiões onde a maré é baixa, de forma que a diferença entre as marés é mínima.

Não se pode esquecer também, da variação anual das marés. Quando a Terra está mais próxima do Sol, o efeito deste nas marés é intensificado, de forma que a influência das fases da Lua passa a ser maior. Assim, numa determinada época do ano e fase da Lua, teremos as marés mais altas possíveis.

É isso, tava adiando há muito tempo esses meus dois posts de astronomia, explicando as estações e as marés, espero que os leitores gostem e entendam as referências mitológicas dos títulos. Ψ

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A trilha de Apolo

"Às vezes parece que nossa vida é um verão
Somos felizes como os raios de Sol que tocam o chão
Mas se o solstício é o auge, a descida é o outono
O calor da vida nos abandona, nossa mente está com sono
O frio do inverno só nos deixa uma pequena chama
Tristes, solitários, gelados, pensamos: um dia ela inflama
Uma explosão de fogo anuncia a primavera
Se para a Terra foi um ano, para a vida é uma nova era"

Primavera, verão, outono e inverno. São famosas as quatro estações do ano. Para habitantes do Equador, como eu próprio, elas não fazem muito sentido no cotidiano, mas são essenciais no entendimento de conceitos que vão da Astronomia à Geografia.

O que devemos entender, primeiramente, é que o Sol realiza um caminho em nossos céus não somente ao longo do dia mas também no decorrer do ano. Em certas épocas do ano, o Sol está mais ao Norte e em outras mais ao Sul. Daí é fácil concluir que há meses nos quais um hemisfério está mais iluminado (sendo verão neste) e o outro menos (sendo neste inverno). E há outros nos quais haverá um maior equilíbrio (sendo primavera ou outono).

Analisemos, contudo, de forma mais profunda. O Sol não faz, literalmente, caminho nenhum, pois é Terra que gira em torno deste. A chave de tudo está no fato de o plano da rotação terrestre ser inclinado em relação ao seu plano de sua órbita em torno do Sol. Essa inclinação tem um valor próximo de 23°, utilizado para deteminar os trópicos e os círculos polares. Dessa forma, durante o ano, os raios solares vão incidir em diferentes ângulos na superfície da Terra.Teremos a cada ano, quatro momentos especiais: dois solsticios e dois equinócios. Um solstício é quando o equador recebe os raios com inclinação máxima (23º na vertical). Neste momento, os raios irão incidir verticalmente nos trópicos, que ficam a 23° do equador. Se for no de Câncer, no hemisfério norte, será verão neste hemisfério, pois a luz solar vai atingi-lo por mais tempo (dias mais longos), enquanto no hemisfério sul o Sol ficará menos tempo no céu, caracterizando inverno. No trópico de Capricórnio, estando no hemisfério sul, a situção será invertida. Para um hemisfério, um solstício de verão irá se alternar com um de inverno a cada seis. E é entre os solstícios que teremos os equinócios. Temos um equinócio quando o raios solares incidirem verticalmente no equador, de forma a iluminar igualmente os dois hemisférios, marcando primavera e outono. Após o solstício de verão e antes do de inverno, o equinócio será de outono, e na situação inversa será de primavera. Se no hemisfério norte for primavera, no sul é outono e vice-versa.Claro que para melhor entendimento dos meus leitores acrescentei algumas imagens para serem vistas acompanhando a leitura. E aqui abaixo vão as datas dos solstícios e equinócios de 2010 no hemisfério Sul, a título de curiosidade:

Equinócio de outono - 20 de março
Solstício de inverno - 21 de junho
Equinócio de primavera - 23 de setembro
Solstício de verão - 21 de dezembro

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Universo Metafórico

Deuses são metáforas cujos filhos são heróis de verdade
A minha metáfora é ser um herói
Heroísmo feito de ciência e bondade
Que num mundo novo se constrói


Como panteísta, não acredito em um Deus pessoal
Do micro ao macro, dos átomos às nebulosas
Do céu à terra, dos musgos às rosas
Tem em tudo isso, algo de normal?


Tão estranho já é o Universo em que acredito
Não é preciso ser um erudito
Para saber, ao ver toda a beleza
Divina é, por si só, a natureza

sexta-feira, 26 de março de 2010

Apenas Dormindo

“When I wake up early in the morning, Lift my head, I’m still yawning (…)
Please don’t wake me, no, don’t shake me, Leave where I am, I’m only sleeping "
“Quando acordo de manhã cedo, Levando minha cabeça, ainda estou bocejando (...)
Por favor, não me acorde, não, não me sacuda, Deixe-me onde estou, eu estou apenas dormindo”

Dedico esta minha coluna aos leitores que se identificaram com esses versos, retirados da música I’m Only Sleeping, cujo tema está relacionado ao da minha coluna. Não sei se já é óbvio, mas falarei sobre o sono, sobe acordar cedo. Meu foco é em uma faixa etária: os adolescentes. Grande parte destes acorda cedo quase todos os dias para ir para a escola. Na maioria dos casos, com muita dificuldade, já que, afinal, nós jovens não costumamos dormir muito cedo. Isso afeta gravemente o desempenho dos alunos nas aulas devido à redução do sono da noite.

O porquê dos adolescentes não dormirem mais cedo é algo que a maioria de nossas escolas não entende por encarar a coisa de forma puramente cultural, como se a culpa dos estudantes matutinos chegarem sonolentos na escola fosse deles mesmos, por serem irresponsáveis nos horários ou preguiçosos. Isso é errôneo e incompleto: precisamos recorrer a uma visão mais científica.

Todos nós temos um relógio biológico, no qual está o ciclo diário das atividades do nosso organismo, entre os quais está dormir e acordar. Quando somos bebês esse relógio é instável, mas se estabiliza na infância. As crianças costumam dormir cedo, de 9 a 10 da noite, e acordar cedo, de 6 a 7 da manhã (claro que isso não é regra geral). Mas quando chega a puberdade, a história muda: os hormônios alteram nosso ciclo metabólico, atrasando nosso relógio biológico. Passamos assim a dormir mais tarde, comumente entre meia-noite e 3 da manhã, e também acordamos mais tarde: só estamos totalmente dispostos lá pelas 11 h. Nessas condições acordar cedo parece loucura. Muitos adolescentes, porém, têm aulas às 7 h da manhã.

É por isso que muitos alunos buscam refúgio no sono da tarde, mas até isso lhes é negado quando chega o convênio, no qual podemos dizer que as horas de sono são tomadas por horas na sala de aula. Mas como, nesse sentido, o aproveitamento diminui, o aumento da carga horária chega a ser paradoxal. As escolas parecem não perceber que ferir o relógio biológico diminui o rendimento. Se elas adequassem mais seus horários às necessidades de sono dos adolescentes, de forma a mantê-los mais dispostos, talvez, eles pudessem ser menores (sobraria mais tempo para os alunos estudarem).

Até agora fui restrito apenas à sonolência e a baixa no rendimento escolar ligadas à privação de sono. Dormir pouco e/ou de forma fragmentada traz problemas a longo prazo, dentre os quais podem estar diabetes e depressão. É claro que não espero que as escolas adotem como horário 10 ou 11 da manhã, dada a dificuldade em se fazer isso. Mas há casos para os quais devemos atentar, como o de uma escola que mudou seu horário de entrada para 8h45min e teve ótimos resultados.

A todos que chegaram até aqui, espero que tenham tirado proveito das palavras. Se não, ao menos que tenham um bom dia e, principalmente, uma Boa Noite.

terça-feira, 23 de março de 2010

Por que uma garrafa de vidro com bebida estoura no congelador?

Pegue um objeto qualquer e perceba que ele possui massa e volume. A massa só depende, basicamente, do tipo matéria constituinte e da sua quantidade. Já no volume também haverá interferência das interações e dos movimentos das moléculas. E são esses fatores que considerados quando falamos em estado físico e em temperatura. No que se refere ao estado físico, o volume aumenta conforme o estado muda na direção dos gases, onde as moléculas estão mais afastadas. Já quanto à temperatura, devemos ter em mente que mede o grau de agitação das moléculas. Então, quanto maior for ela, mais afastadas estarão as moléculas e assim maior será o volume. De um modo geral, portanto, o acréscimo de calor a um corpo ocasionará aumento no seu volume, o que chamaremos de dilatação térmica.

Acontece que a água tem uma “anomalia” na sua dilatação. Se você botar água da torneira para ferver, não irá percebê-la, pois a água quente realmente terá maior volume. Mas algo interessante acontece em temperaturas mais baixas. É que durante a solidificação, a água passa por um processo de cristalização, o qual cria um espaço maior entre as moléculas, provocando um aumento de volume. Os efeitos disso já são percebidos na água líquida: se resfriarmos um pouco desta até 4°C, ocorrerá redução no volume. A partir daí o efeito da cristalização provocará uma dilatação até um brusco aumento do volume quando se formar o gelo, a 0°C. No caso da garrafa, o resfriamento no congelador causará uma contração no vidro e uma dilatação na bebida (composta principalmente por água) que se congela podendo chegar a um ponto em que o conteúdo não caberá mais na garrafa, a qual se quebrará.


Convém destacar que esta peculiaridade da água faz com que a densidade do gelo seja menor do que a da água líquida, devido à brusca dilatação durante a cristalização. Dessa forma, o gelo flutua na água, como, por exemplo, ocorre em alguns lagos, onde o gelo se forma a partir da superfície, o que possibilita a vida aquática durante o inverno.

O que são as brisas marítimas e terrestres?

De dia, a temperatura aumenta devido à absorção dos raios solares, e à noite, ela diminui devido à perda de energia para o espaço. Pelo que vimos acima, devemos esperar que os materiais de maior calor específico esquentem e esfriem menos do que os de menor. Um exemplo disso são as praias: enquanto o calor específico da água é alto, o da areia é baixo. De dia, veremos então que a areia ficará com uma temperatura maior que a da água (Quem já experimentou andar descalço na areia sabe disso!). Devemos esperar então que o ar acima da areia fique mais quente do que o acima da água. Por convecção, o ar mais quente subirá e será ocupado pelo mais frio, vindo do mar. Essa corrente de ar formada do mar para a terra é chamada de brisa marítima. O contrário acontece à noite: a areia esfria mais e, portanto o ar em cima dela do que em cima da água. Isso fará com que o ar acima da água suba e venha no lugar o ar mais frio da terra. Essa corrente de ar, agora, da terra para o mar recebe o nome de brisa terrestre. Simplificadamente, se estivermos de dia nas areias da praia, sentiremos um vento frio vindo da água e à noite sentiremos um vento frio vindo da praia se estivermos na água (o que eu não aconselho!;).

terça-feira, 2 de março de 2010

Por que esfriamos os metais quentes com água?

Se você já viu filmes de Idade Média, deve ter reparado que o ferreiro põe uma espada de temperatura altíssima numa bacia com água a uma temperatura próxima à ambiente, e depois de um tempo o sistema inteiro vai estar numa temperatura mais próxima à inicial da água do que do ferro. Há mais de um causador disso: primeiramente, parte da água irá vaporizar e, ao fazê-lo, “roubará” calor do sistema. Mas quando a água permanece no mesmo estado físico? É aí que temos de considerar a capacidade térmica, que é o tanto de calor que um corpo ganha ou perde para mudar sua temperatura em 1 grau.

Essa capacidade depende da massa: repare que o ferreiro obteve melhores resultados com mais água, já que para esquentar a água ia precisar “roubar” mais calor do ferro. Porém, mesmo se tivéssemos a mesma massa de água e ferro, ainda assim o ferro iria sofrer uma maior redução de temperatura que o aumento da água. Isso se deve à capacidade térmica depender também do calor específico, que considera a capacidade de cada grama. Essa grandeza só depende da natureza do material: é maior na água do que no ferro e nos metais em geral. Por isso, para uma mesma massa teremos uma capacidade térmica maior na água, o que ocasiona o fenômeno descrito acima. Dizemos então que a água, por ter alto calor específico, precisa de muito calor para variar de temperatura, o que faz dela um ótimo regulador térmico. O resfriamento dos metais quentes é só um caso particular dessa regulação.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Calor e água: uma união interessante


Olhe para os lados: você está vendo água? Mesmo se não estiver, saiba que ela está lá, com certeza no ar e no seu corpo. Se a água está por todo lado, não seria correto afirmar que o seu estudo nos leva ao entendimento de muitos fenômenos naturais do dia-a-dia? Sim, e é esse o objetivo desse artigo ao responder perguntas sobre o cotidiano a partir dos tópicos da Termologia que envolvem essa substância tão especial.
Bom... essa era a minha introdução ao meu primeiro artigo da seção Ciências Naturais para o "proto-jornal escolar", e foi feito especialmente para os vestibulandos do 2º ano. O conteúdo do artigo vai ser divido nos próximos posts, cada um respondendo a uma curiosidade sobre o assunto.
Espero que gostem.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

The Fool on the Hill

O bobo na colina talvez fosse a tradução mais apropriada para o título deste blog, mas quer dizer mais que isso. Na canção de onde veio o título, The Fool on the Hill, composta pela dupla John Lennon e Paul McCartney, o bobo na colina parece um idiota aos olhos dos outros, mas do alto de sua colina, ele consegue ver coisas que os outros não veem.
E para enxergar o mundo de forma mais clara, venho escalando uma colina chamada ciência, para que uma vez lá em cima, mesmo parecendo um bobo, eu possa ver sol caindo e o mundo girando. É por iso que no decorrer das minhas postagens eu darei uma de nerd e falarei muitas vezes das ciências naturais. Falando nisso... no final do ano passado estava participando de um projeto para um jornal em minha escola... é, o jornal não saiu então algumas coisas que escrevi vão para este blog, o que abrange a minha coluna e as seções de astronomia e ciências naturais.
Ah... e se os visitantes gostam de música e/ou literatura... acho que vou pôr algumas coisinhas que fiz (ou farei) aqui também.
É isso... agradeço a visita...