quarta-feira, 13 de julho de 2011

Por que a vida existe e Ele quase com certeza não

Talvez eu já tenha falado um pouco a respeito disso aqui, mas desta vez quero dar um maior enfoque no assunto. A ideia que quero repassar consiste em um pouco de probabilidade aplicada às questões da existência, mais especificamente da vida e de deus(es). É uma teoria contida no livro Deus, um delírio, do brilhante biólogo britânico Richard Dawkins, e com a qual eu concordo plenamente.
Existe um argumento criacionista muito famoso referente à própria natureza da vida: "Como podemos nós, seres tão complexos, termos surgido de forma tão aleatória como dizem os evolucionistas, sobretudo os ateus? Toda essa complexidade precisaria ser obra de um ser de tamanha inteligência. Já sei: Deus, o designer inteligente."
Faz todo sentido não é? Não. Pensemos um pouco a respeito: para criar um mundo tão complexo como o nosso, com seres tão complexos como nós, Deus precisaria de uma inteligência que abrangesse toda essa complexidade. Ou seja, ele seria mais complexo ainda, de modo que o argumento dos criacionistas nos faria prosseguir: para existir tal entidade, precisaríamos de um designer mais inteligente para criá-lo, por consequência mais complexo. E isso nos levaria a uma cadeia infinita de criadores cada vez mais complexos, sem podermos explicar a existência da vida. Por isso Dawkins afirma: "Deus quase com certeza não existe".
Precisamos expadir nosso modo de pensar. Uma pequena análise em biologia nos mostra, sim, que os seres vivos têm estruturas aparentemente criadas por uma mente pensante. Mas só aparentemente. Armadilha da nossa amiga evolução: através de bilhões de anos de seleção natural, seres simples deram origem à complexidade com a qual estamos acostumados.
E quanto aos primeiros organismos? Surgiram como? É neste ponto que recorremos ao princípio antrópico, exposto no livro de Dawkins. O surgimento primordial da vida realmente se deu de forma aleatória. A partir de condições físicas e químicas adequadas, moléculas orgânicas da Terra primitiva deram origem às primeiras formas de vida. Porém, tanto a existência dessas condições quanto o próprio agrupamento das moléculas orgânicas são eventos muito improváveis. Não que isto seja um problema: supondo a probabilidade da vida surgir em qualquer planeta uma em um bilhão, ainda assim temos bilhões de planetas no Universo. Em um deles, pelo menos, a vida pode surgir de forma aleatória. Por que não a Terra?

Um comentário:

  1. A existência de deus(es) é uma discussão extremamente complexa e, a meu ver, inepta. Haja vista, deste as primevas civilizações aos dias coevos o ser humano nunca deixou de venerar “seres superiores”. É bem verdade que a crença em divindades passou por eminentes transformações. Na Grécia e em Roma não existia esse maniqueísmo criado pelo cristianismo, pois na mitologia greco-romana não havia um lugar para os bons e outro para os maus (os quais hoje em dia são o céu e o inferno), esses povos acreditavam que todas as almas, independente de seus feitos na terra, pertenciam a Haddes (salvo engano, deus da mitologia grega) e a seu similar na mitologia romana (o qual na recordo o nome) e mesmo sem essa separação de bem e mal (que força os cristãos a escolherem um caminho) o homem venerava seres superiores. Isso prova que a crença em deus(es) não é uma alienação, como dizes no texto (posso está equivocada, mas foi isso que interpretei), e sim uma necessidade. Particularmente, não creio em inferno e tampouco em lúcifer, mas esforço-me para não desacreditar em minha criação: Deus. A meu ver, Deus é fruto da imaginação humana, é a prova de nossa fraqueza psicológica, pois somos incapazes de enfrentar qualquer dificuldade sem recorrer a ele. Por isso, penso que esse assunto seja de discussão irrelevante, visto que nunca o homem deixará de venerar deus(es).
    Obs: já li algo sobre esse livro e achei o escritor muito cético. Não quero criticar teu ponto de vista, mas como leitora sinto-me no direito de expressar o meu. XD.( By: Thaís de Almeida)

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